23.10.07

Faraway, so close

Eu sou a mestre do “quase”. “Quase” fui a primeira da sala, “quase” passei em medicina. “Quase” servi pro Direito, “quase“ me tornei a melhor funcionária e fui “quase” chefe. Eu “quase” consigo que o cara que me interessa se interesse por mim. Eu “quase” consigo ter meu espaço e ele ser só meu. E o pior, eu sou "quase" feliz assim.
As coisas que eu quero ficam por aí. Tão perto, mas tão fora do meu alcance. E eu acabo me tornando o ser mais invejoso do mundo. Bad karma.....
Então acabo sentido um universo de emoções negativas direcionadas aos que conseguiram o meu lugar, o meu emprego, o meu cara, o meu espaço. E é péssimo, me sinto corroída, carregada, podre e tendo a nítida sensação de que a minha vez não chega por causa disso. É bem aquela história do Earl, do “fazer o bem pra conseguir que coisas boas aconteçam”. Extremamente piegas, eu sei, mas é o que eu ando sentindo, do fundo do meu coração.
E como atualmente a lista dos quase anda cada dia maior e mais fácil de se tornar realidade, decidi que a inveja já era. De verdade, apaguei tudo o que eu pensava sobre a Georgia Bizarra (aquela que conseguia tudo o que a Georgia Real queria) pra ver se a teoria do Earl é ou não pra valer. Vamos ver no que que dá.

18.10.07

D is for Dangerous

Ouvindo a conversa dos outros no shopping:

Mulher grávida acompanhada da amiga se aproxima de menino fumando.
- Você tem fogo?
Menino surpreso responde, entregando relutantemente seu isqueiro:
- Com a barriga desse tamanho você vai fumar?
Acompanhante da gestante, rindo:
- Pois eu falei pra ela, moço, “a tua bolsa acabou de estourar, agora não é hora de fumar!”. Só que não ouve. A gente tá indo ali no Pequeno Príncipe que o filho dela tá internado (n.a. Também, né???). Devia era pegar uma ambulância e ir pra maternidade.
- Não me enche, Maria, eu tô nervosa.... (devolvendo o isqueiro). Brigada moço.
Rapaz com cara de ponto de interrogação, enquanto as duas viram as costas e vão embora:
- De nada...

15.10.07

Only ones who know

A falta de concentração me atrapalha. Meus projetos, apoiados em necessidades futuras ou pessoas a minha volta não vão pra frente. Ando parecendo a criança atrás do controle remoto daquele carrinho que fica batendo no canto da parede e não consegue mais sair. Meu lado masoquista adora bater na parede. Só que isso é divertido até a hora que irrita, sabe?

11.10.07

These are the thoughts

Ou como funciona a livre associação de idéias.
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Aonde eu parei o carro mesmo? Ah, tá ali. Nossa, como tá quente aqui dentro. Eu quero um carro com ar condicionado!!! Põe o cinto, Georgia. Dá a seta. Quando será que eu vou poder trocar de carro? Tadinho, esse tá tão judiado. Mas agora carro novo só com emprego novo. E depois de tirar férias de volta. E depois que eu comprar um apartamento. Quanto será que custa pra reformar um mais velhinho? Bem que eu podia tentar fazer sozinha. Ia ser bem engraçado eu com uma marreta na mão destruindo uma parede. Ooo ooooo ooooo ooo oooo ooo oo oooooooooo.... Aumenta o volume, desgraça! Ipobre dos infernos. Do ano que vem não passa, compro um Ipod nem que seja da Nelly Furtado. Something filled up my heart with nothing… Saco de trânsito parado. Por que será que é tão difícil prestar atenção no farol e andar enquanto ele tá verde? Bando de motorista medroso. Dava tempo de ir na farmácia e voltar antes da próxima andada. Preciso comprar creme hidratante. Acho que na Americanas tá mais barato. Daí já aproveito e compro aquele negócio de fazer touca térmica. Tô precisando fazer a unha. Preguiça de fazer eu mesma. Mais ainda de ir ao salão. Vai ficar assim hoje. I guess we´ll just have to adjussssssst.... Eu preciso passar nessa locadora um dia desses e fazer uma ficha. Eu nunca tô com um comprovante de residência na bolsa. Ia ser legal ver um filme hoje. Será que o Ultimato Bourne já saiu do cinema? Em casa eu vejo. Se a internet funcionar. Ciclista burro, toma cuidado! Depois eu atropelo e eu sou culpada. Daí ele morre e eu que agüento processo. Será que seria homicídio doloso ou culposo? Nunca entendi porque diabos às vezes o motorista é indiciado por doloso e às vezes por culposo. Aquele promotor bêbado foi indiciado por culposo. Devia ter sido doloso. Aaiiiii não agüento esse lado adEvogada que sempre me faz pensar nas conseqüências jurídicas. É muito chato. All the voices in my head and all the people I meet they are all trying so hard to make a man out of me... Aiai…. 10 minutos pra dar a volta em 2 quadras. Sério, não faz o menor sentido. Crianças atravessando a rua, prestar muita atenção. Aonde foi parar o controle do portão? Ai meu deus... Ah tá aqui. We never wanna close our eyyyyyes... Sério que eu vou ter que te esperar amiga? Anda de uma vez! Eeeeee garagem vazia! To com fome. Será que tem comida em casa? Não agüento sanduíche mais. Acaba música.... Ok. Não esquecer de pegar sacola no porta-malas. Aiai, preciso tomar um banho.

5.10.07

Evil

Sexta feira, 8:45. Entrando na farmácia, na aparentemente fácil tarefa de comprar pastilhas pra garganta:
- Bom dia, você tem Pastilhas Valda?
- Sim. A senhora quer de menta, maracujá, cereja ou mel? (pega na prateleira atrás uma coleção de pacotinhos das mais diversas marcas genéricas, com desenhos de frutas bem mal feitos).
- Valda. Pastilhas Valda.
- Diet?
- Pastilha Valda, daquelas de sempre.
- A diet não tem nem 1 caloria...
(O que você quer dizer com isso?!) - Pode ser com açúcar. Aquela tradicional....
- Drops ou bala? A gente tem o chiclete também...
(Sério?! Eu só quero que a minha garganta pare de doer!) - A da latinha, moça, molinha de mastigar, que tem açúcar em volta!
- Ah, dessa não tem.....

3.10.07

Pace is the trick

Por muito tempo eu imaginei que viagens grandes não eram pra mim. Tive milhões de projetos que não foram a lugar nenhum. Finalmente este ano tudo mudou, e eu pude ter férias de verdade pela primeira vez em 10 anos.
Fui, vi coisas incríveis, conheci pessoas que apesar do pouco tempo que convivi me fizeram enxergar o universo de uma forma nova. Vi prédios que existiam apenas na minha imaginação, quadros que existiam apenas nos meus livros, senti o cheiro e o gosto de lugares que por tanto tempo pareceram inatingíveis.
Passei por festivais, o que recomendo a qualquer um que ame música. Comprei tantos discos e livros que a minha mochila tomou um rumo bem estranho. Aprendi a tomar cerveja de verdade. Andei de trem, consertei meu medo de voar. Passei fome em Paris, dormi em quarto de 6 pessoas com alguém roncando alto pra valer e peguei o “tram” sem pagar.
Voltei diferente, tanto fisicamente como mentalmente. O mundo lá parece passar num ritmo mais tranqüilo, mais aproveitável. Vejo as coisas desse modo agora. Tantos dias sem poder ter nenhuma vaidade me fizeram sentir vontade de ser mais elegante. A fome me ajudou a emagrecer. Nada como uma dieta forçada.
E cada centavo que agora vou penar para pagar vai ter valido a pena.

Meeting Paris Hilton

Pensamento do dia:
A Mônica (Lewinsky) Veloso é uma vadia. Sem entrar no mérito de ser verdade ou mentira o que ela disse, entrou no rol das mulheres que me fazem sentir vergonha de ser mulher. Conseguiu atenção contando os podres de um político (pra revista de opinião mais burra do país), posou pra Playboy (depois de ter dito que não era sua intenção ao conversar com a Veja, mas concluiu que a revista exalta a força feminina), e agora vai escrever um livro.
Sabe o que me irrita de verdade? Tá cheio de mulher assim no mundo. Ultimamente tenho passado longas horas conversando sobre elas com meus amigos homens, tentando alertá-los dos perigos que envolvem deixar o instinto ser mais forte que a razão. Mas infelizmente sempre saio ouvindo que mulher é assim mesmo, sente inveja quando outra leva a atenção.
Então resumindo, pensamento do dia: Os homens (e os brasileiros) merecem as vacas (e os políticos) que estão por aí.
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Eu definitivamente não posso ler jornal pela manhã. A tarde volto com um pensamento mais feliz.