24.1.07

Suffragette city

Sexta passada Curitiba viveu um temporal absurdo. Saí da aula a noite com água literalmente pela canela. E no caminho pra casa, vários carros se encontravam parados, quase boiando, com seus pisca-alertas ligados, esperando por ajuda.
No sábado, uma amiga tropessou em um buraco na calçada e machucou o tornozelo.
Ontem, uma outra estorou o pneu do carro em um outro buraco, dessa vez na via mesmo.
Resumindo a ópera, Curitiba está cada dia mais largada. Vamos culpar a mesma administração que há praticamente 20 ANOS é a mesma. Ou talvez devessemos culpar o atual prefeito, por ter o mandato mais desleixado de todo esse período. Culpando quem for, a cidade continua com os defeitos estruturais de um lugar que a tanto tempo não vê ninguém novo no seu comando. Ganhar a eleição em Curitiba é fácil para os decendentes políticos da atual e duradoura gestação, e mais fácil ainda para os filhos daqueles que já foram governantes de alguma forma no estado.
O conservadorismo aqui é vergonhoso, e o apego ao passado mais ainda. Em época de eleição, continua-se usando como argumento o transporte coletivo criado há 15 anos atrás, o título de Capital Ecológica recebido há 13. A administração parou no tempo mesmo, talvez esses argumentos façam sentido então. O fato é que tantos prefeitos depois, o Jardim Botânico (símbolo da Capital Ecológica) encontra-se jogado às traças. O transporte coletivo (de primeiro mundo, como gostam de dizer por aqui) não supre mais a demanda. Se chove a cidade alaga, se não chove a cidade fede. As vias estão sucateadas, o ensino público até a quarta série está esquecido e mal existem creches.
O fato é que eu tenho vergonha, na verdade, dos meus co-habitantes. Dos que votam sem pensar e dos que pensam sem votar. Dos que não reclamam, nem cometam sobre o assunto. E mais do que tudo, dos que não enxergam todos estes problemas.
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ps. Antes que me mandem mudar de Curitiba, como acontece toda vez que falo o que penso sobre a situação da cidade, fiquem sabendo que não pretendo ir embora e que tudo o que disse vem diretamente do fato de amar morar aqui e da tristeza que me dá pensar nos problemas de um lugar potencialmente tão bonito.

15.1.07

My hero



Tô morrendo de sono hoje. Fui dormir tarde de verdade, e acordei cedo pra valer. Mas valeu à pena.
Estreou ontem no EUA a 6ª temporada de 24 horas. E foi pra lá de bacana. Graças ao TVU é possível se acompanhar desde já o mundo sendo salvo por Jack Bauer.
Numa temporada já hypada pelo número de nomeações ou Globo de Ouro (com entraga hoje, às nove pela Warner), a Fox gringa aproveitou o embalo e fez um especial de 4 horas, divido em 2 dias, começando mais um longo dia na vida do meu anti-herói preferido. 2 horas ontem, mais 2 horas hj, começando as 2 da manhã. Vou desenvolver sérias olheiras essa semana.
Mas não importa. Jack voltou de um presídio chinês, onde passou 2 anos sem falar com ninguém, desenvolveu uma barba a lá ermitão e virou meio autista, para ser entregue em troca com terroristas que estão procedendo uma série de ataques em solo americano. E o que faz dele um produto tão raro é o fato de ter torturado o irmão do terrorista chefe, anos antes.
E já começou bem. Depois de descobrir que tudo era uma farsa para encobrir os planos reais (como sempre), Kiefer Sutherland usa táticas aprendias no clássico (pelo menos da infância da minha geração)Lost Boys e escapa dos terroristas. Agora o dia vai realmente começar.


Enfim, Bauer é, na minha humilde opinião, uma dos personagens mais bem construídos na televisão americana em muito tempo. Uma alma apaixonada e cruel, que age da forma que entende melhor, sem nenhum remorço dos corpos que ficam pra trás. E o único capaz de salvar o planeta, seja de qual ameaça for,em apenas 24 horas.
Anti-heróis comandam!

4.1.07

Let´s get it on



2006 acabou e eu nem consegui escrever sobre uma porção de coisas que queria ter escrito. Deixa pra lá, outro dia escrevo.
Semana passada minha folga foi-se junto com o ano que terminou. Últimos dias antes de voltar a rachar a cabeça, trabalhar que nem uma condenada e passar calor enquanto praticamente TODOS os meus amigos estão viajando. Acabei de reler Alta Fidelidade nesse meio tempo, e inspirada por este livro, seguem meus top 5 de ano novo:

5 motivos pelos quais ano novo é uma droga:
1º - Inevitavelmente, eu NUNCA posso me livrar de trabalhar na primeira semana.
2º - O que faz com que eu tenha que voltar de qualquer lugar que eu esteja no dia 1º.
3º - O que sempre significa que eu vou pegar um ônibus LOTADO e que o cara do meu lado VAI me chutar e roncar a noite inteira.
4º - E por decorrência, vou passar o dia 02 morrendo de mau-humor.
5º - Enquanto isso, o resto do mundo está na praia, na fazenda, no Rio de Janeiro, etc, o que significa que nem sequer nos meus momentos de folga eu vou ter companhia pra relaxar.

5 resoluções que nunca vão dar certo:
1º - Não, você não vai emagrecer.
2º - Não, nesse ano você não vai conseguir ficar calma quando todo o mundo estiver de férias e você não.
3º - Não existe a menor chance de você conhecer alguém legal de fato, que goste de você bem do jeito que você é.
4º - Tampouco não existe a chance de você não se interessar por alguém que realmente não sabe que você não existe.
5º - E o pior de tudo, no fim desse ano você vai repetir a rotina de viagem rápida, festa de ano novo e ônibus lotado na volta do dia 1º de janeiro do ano que vem, como em todos os reveillons anteriores.

E não me chamem de pessimista! Esse é apenas o relato de 2006, 2005, 2004, 2003, 2002 e 2001. Basicamente de uma década, então acredito serem previsões bastante confiáveis...