30.7.07

I was born to be a dancer


É engraçado ver a percepção dos outros sobre a gente.

A maioria das pessoas trata a falta de beleza como se feiura tivesse a ver com caráter. Vou dizer que depois de um tempo qualquer um leva o exterior para o interior, porque também não é fácil aguentar tanta presunção baseada em superficialidades.

Eu nunca fui muito bonita. Bom, talvez quando bebê, mas todo bebê é bonito. Mas eu era uma criança, uma adolescente feliz. Era simpática com quem eu conhecia (a feiura influencia na timidez), tinha um coração danado de bom. Não era mau-humorada nem braba, e a minha revolta era contida em pensamentos.

Conforme você cresce, passa a enxergar que pessoas mais atraentes são tratadas com mais simpatia por quem não te ama ou pelo menos não te conhece bem. E com o tempo você se fecha mais, se mantém na sua mais. E isso passa a ser lido como temperamento ruim, brabeza.

E como em todo bom círculo vicioso, isso vai se tornando verdade. Acho que todos concordam que a pergunta mais idiota, frustrante e irritante que pode ser formulada por um ser pensante é "Que cara é essa?". Na maioria das vezes, acredite, essa é a cara da pessoa mesmo.

Então, em nome de todos os feios do mundo eu peço: vamos proibir o uso dessas palavras, nessa sequência, para todo o sempre. Para a saúde de muita gente, isso terá mais efeito do que tentar reverter o aquecimento global.

25.7.07

Something wicked this way comes


Por volta de 2001, um amigo estudante de jornalismo, se aproveitando do mal humor que eu tenho pra material escolar temático, usou o meu nome em uma matéria pro jornal da faculdade falando sobre como era podre essa história toda em torno do Harry Potter. Na época achei engraçado, e em parte até concordava com ele. Já não aguentava mais entrar em qualquer biboca e dar de cara com um poster do primeiro filme. Me recusei terminantemente a todos os convites feitos pra ir ao cinema com um comentário nada publicável sobre o que eu pensava do assunto.

No ano seguinte, numa dessas sexta-feiras chuvosas, me encontrei presa no Shopping Estação, sem muito pra fazer. Essa era uma época da minha vida em que eu ia regularmente ao cinema, então a única opção inédita era o lançamento de Harry Potter e a Câmara Secreta e, cedendo a pressão dos amigos, lá fui eu. A história me ganhou nos primeiros 20 minutos. Cheguei em casa e descobri rapidamente como baixar os 4 livros já lançados e li desesperadamente. Já não tinha mais volta, queria mais e mais. Ansiava pelo lançamento dos seguintes. Procurava notícias sobre os filmes. Admito, tinha me tornado uma daquelas pessoas que realmente querem o lápis, a caneta, o caderno, a régua e tudo mais que for produzido na China relacionado ao incrível mundo que me tinha sido apresentado.

Nunca escondi aqui que sofro de um gravíssimo caso de síndrome de Peter Pan. Tão pouco o fato de que como a minha imaginação, fértil do jeito que é, me permite criar os cenários e vivenciar os acontecimentos que leio nos livros. Cada uma das batalhas, das sessões de treinamento do Dumbledore´s Army, dos verões na casa do Tio Vernon, aconteceram com tamanho realismo na minha cabeça que não sei nem como explicar.

Hoje, depois de todos esses anos indo e voltando de Hogwarts, meu caminho acabou. Mais uma vez, como quando terminei a série do Guia do Mochileiro das Galáxias, deixei amigos pra trás. Eles ficaram nos lugares, mistérios e aventuras que me divertiram tanto, que me permitiram por tão pouco tempo ser criança novamente. Não vou entrar em detalhes, não vou responder a pergunta que até sexta-feira valia 1.000.000 de libras no banco de apostas de Londres. Recomendo que cada um vá descobrir sozinho.

Enfim, o que realmente importava dizer depois de tudo isso é que, vendável ou não, mania ou não, a série de livros da JK Rowling vai ser passada aos meus filhos da mesma forma que minha mãe me passou Meu Pé de Laranja Lima ou O Menino do Dedo Verde.


Ah sim, quanto ao quinto filme, que também estreou há pouco, apesar de muita gente reclamar que o livro era incrível e mais completo e que faltou essa e aquela situação, achei o melhor de todos até agora. E além disso, tem o Gary Oldman. Ninguém mais conseguiria levar pra tela o Sirius Black da minha cabeça. Também vale a pena ir atrás.

11.7.07

Depois


São 1:43 da manhã de terça pra quarta. Pra variar, dormir é uma tarefa difícil.

Dormir sempre foi assim pra mim. Minha mãe me conta que quando eu era um bebê, meu pai me deitava no seu peito e cantava na tentativa sempre frustrada de me fazer pegar sono. Aliás, uma das minhas primeiras lembranças musicais é meu pai me cantando Ela é minha menina, e eu sou o menino dela. Reza a lenda que minutos depois a Dona Nadja entrava no quarto e lá estava eu, feliz da vida, acordadíssima, enquanto Seu Henrique já babava.

Já tentei diversas táticas. Já li, ouvi música, contei carneiros (de verdade, no canal do gado), tomei chá de camomila, conversei comigo mesma. Nada.

Mas nessas conversas completamente autistas, coisas acontecem. Por exemplo a de hoje, durante a qual descobri que eu tenho extamente 40 dias pra arranjar uma mochila gigante, um bloco de anotações, comprar meias novas e ler os guias que me foram emprestados. Juntar todos os documentos. Fazer lista de encomendas. Encaminhar a carterinha de estudante. Separar as roupas. Confirmar os últimos trajetos. Reservar os últimos pousos. Descobrir aonde foi parar o saco de dormir (pra quê mesmo?). E se os controladores de vôo me permitirem, finalmente atravessar o oceano.

E é assim que eu pego no sono.

6.7.07

Across the Universe


Talvez o título devesse ser Friday I´m in love. Afinal é sexta, e hoje está um daqueles dias curitibanos de céu azul, temperatura amena, lindos de morrer.
Acordei atrasada, tive um sonho nervoso, mal tomei café. Tinha tudo pra ser uma manhã ruim, e consequentemente, um dia horrível.
Vim trabalhar e todas as músicas que tocaram no trajeto tinham ao menos uma frase que me fizesse sentir feliz. Do título, à primeira sentença, sem esquecer do vício do mês (Lily Allen, que por sinal é muito divertida) cantarolando sun is in the sky, oh why, oh why would I wanna be anywhere else? e esquecendo o costumeiro mau humor.

Vai ser um dia bom.
ps. roubei essa foto de um flirck e numa dessas coicidências vi que conhecia o fotógrafo. Então, créditos da foto Mathieu Struck, que eu nem sabia que tinha um olho bom pra fotos.

5.7.07

Nag nag nag nag


Momento mais menininha desse blog. Saiu no globo.com hoje:
"Jack Bauer devora sanduíche no Copa
Jack Bauer, da série "24 horas", está no Brasil. A segurança do Pan está garantida. O ator Kiefer Sutherland chegou ao Rio ontem e esta foi a primeira refeição do ator, no Copacabana Palace, onde está hospedado. Ele devorou um sanduba. Kiefer está no Rio para a festa da Citroen, hoje à noite, no Vivo Rio. Ele ainda grava um comercial para a montadora de automóveis."
Por que não gravar em Curitiba? Menores custos de produção, menos violência e, sobretudo, eu!!!