30.1.06

Mesmo que mude


A minha família não é daquelas grandes, que almoça junto todo domingo. Meus pais são filhos temporões, e por causa disso meus primos em sua grande maioria tem idade pra serem meus tios. Eu nunca tive muita ligação com eles na minha adolescência, provavelmente por causa dessa diferença de idade, apesar de hoje os dialógos terem se tronado mais interessantes.
Em compensação sempre tive muitos amigos. Eu posso contar todos eles bem mais do que em duas mãos. Crescemos, aprendemos, brigamos e vivemos juntos há mais ou menos 10 anos, o que é bastante em 25. Como uma família, cada um com sua função. A "mãe", o "pai" e seus rebentos. Dentro de uma estrutura familiar incestuosa e confusa.
Hoje é o aniversário de uma dessas pessoas que mudaram a minha idéia de família. O que tem a função de "cola" nesse grupo bizarro. Sem ele a minha vida e de alguns outros seria bem menos divertida. Sua casa já foi clube, ele é dono do war que envolveu noites e mais noites de nenhum sono. Organiza 8 entre 10 dos encontros e consegue lembrar de cada uma das pessoas que entraram e saíram dessa convivência.
Diretamente à ele agora (apesar de que eu ache que ele seja meu único leitor), André você faz os meus dias serem melhores. Parabéns nessa data querida!

24.1.06

The modern age



Você já parou pra pensar que as pinturas rupestres são os blogs dos homens das cavernas?



Lullabies to Paralyze, (nem tão) novo CD do Queens of the Stone Age é muito, mais muito bom.

Essa sexta, 27/01, a HBO Plus apresenta o show do Audioslave em Cuba. Show americano de graça no país de Fidel. As 10 da noite.


Se tiver um tempinho, escute Interpol. Qualquer música, tanto faz de qual album. Se tiver mais tempo, vá ao www.interpolnyc.com e veja os videos, especialmente Evil.


Bom, não tenho muito mais pra dizer. Olhem bem pros dois lados antes de atravessar a rua. E tenham uma boa semana.

12.1.06

Disarm


Discussões em mesa de bar são provavelmente tão contraproducentes quanto a estrada que leva o nada ao coisa alguma. Ninguém chega a conclusão nenhuma, ninguém convence ninguém. E no final da noite você sempre acaba chateado com seu amigo por ele ter sido tão idiota com você.

A última, entretanto, me fez pensar sob um ponto de vista que sem perceber faz parte do que eu penso há algum tempo, mas que precisava que alguém pusesse em palavras para se tornar parte da minha política de vida.

Eu sempre fui muito chata. Bem simples assim. A primeira impressão era a que ficava, e inevitavelmente ela não era a das melhores. Fosse com pessoas, filmes, livros ou principalmente bandas, se eu não conseguisse enxergar todas as qualidades do universo, automaticamente minha mente (pseudointelectual e prepotente) passaria a repudiar a existência de tão insignificante objeto. E sabe o que mais? Quanto mais distante eu me mantia dessas insignificâncias menos eu me divertia, e achava que isso era o que sustentaria a qualidade dos poucos que passassem pelo meu crivo.

Quanta idiotice.

Vejamos um exemplo: se eu tivesse parado aqui

e não tivesse tentado esse aqui

teria perdido este aqui


E tem mais. Teria me divertido bem menos. Teria conhecido bem menos. E essa limitação me deixa preocupada, principalmente quando penso sobre todas as bandas que eu conheci no ano passado, nem todas de uma qualidade técnica suprema, mas pelo menos atingindo o público desejado, e o quanto eu dancei, ri e cantei com essas músicas.

Vejam bem, não estou pregando a total falta de discernimento, mas um tanto de elasticidade na hora de simplesmente criticar. Acho que era isso que faltava em mim, e que espero estar mudando.

Uma das melhores coisas que podem acontecer comigo hoje é ser surpreendida. Por um álbum, uma banda, por uma pessoa. Ainda estou trabalhando na idéia de ser mais aberta quanto aos filmes... Um passo por vez.

9.1.06

Like eating glass


01 de
dezembro de 1991, 5:39 da tarde. Na sala, 35 cabecinhas deitadas sobre mochilas aguardavam ansiosamente os 60 segundos restantes para a libertação. Mãos suadas, corações palpitantes. 45 segundos. Respiração profunda e frio na barriga. 25 segundos. Olhares recorrentes nos relógios. 15 segundos. As mãos agora apertam as alças das mochilas. 5 segundos. 4. 3. 2. 1.
Assim começava o verão, ano após ano. Livre, correndo pelo pátio do colégio pra esperar a carona na Praça da Ucrânia. Os planos para os próximos 90 dias eram tantos e todos extremamente empolgantes. Video game, praia e colônia de férias, triologia clássica, não faltavam nunca.
Como eu queria me sentir assim. Preciso de férias. Agora. Mas fazer o que, não é mesmo? A licença para vadiar foi revogada assim que eu saí da faculdade. Sem desulpa para não ter que trabalhar. Praia só no fim de semana e ainda assim, só de vez em quando. Meu video game não funciona mais. E acho que seria bem díficil conseguir uma vaga na colônia de férias...
Frustrada por não ter uma máquina no tempo, fico por aqui. Afinal, o serviço já está acumulando.
09 de janeiro de 2006, 5:59:59 da tarde. Pluft Plaft Zun, não vai a lugar nenhum.