9.1.06

Like eating glass


01 de
dezembro de 1991, 5:39 da tarde. Na sala, 35 cabecinhas deitadas sobre mochilas aguardavam ansiosamente os 60 segundos restantes para a libertação. Mãos suadas, corações palpitantes. 45 segundos. Respiração profunda e frio na barriga. 25 segundos. Olhares recorrentes nos relógios. 15 segundos. As mãos agora apertam as alças das mochilas. 5 segundos. 4. 3. 2. 1.
Assim começava o verão, ano após ano. Livre, correndo pelo pátio do colégio pra esperar a carona na Praça da Ucrânia. Os planos para os próximos 90 dias eram tantos e todos extremamente empolgantes. Video game, praia e colônia de férias, triologia clássica, não faltavam nunca.
Como eu queria me sentir assim. Preciso de férias. Agora. Mas fazer o que, não é mesmo? A licença para vadiar foi revogada assim que eu saí da faculdade. Sem desulpa para não ter que trabalhar. Praia só no fim de semana e ainda assim, só de vez em quando. Meu video game não funciona mais. E acho que seria bem díficil conseguir uma vaga na colônia de férias...
Frustrada por não ter uma máquina no tempo, fico por aqui. Afinal, o serviço já está acumulando.
09 de janeiro de 2006, 5:59:59 da tarde. Pluft Plaft Zun, não vai a lugar nenhum.

2 comentários:

André disse...

Perdi as idolatradas férias de verão há muito tempo.
E de fato eram agonizantes os minutos finais em que ficavamos na sala de aula, esperando a liberação da professora para correr em liberdade.
Mas devo admitir que nunca fui fã de colônia de férias. Achava absurdo a idéia de marcar um compromisso pras férias! Os do colégio me davam calafrios: o quê? voltar presse mesmo espaço físico em meu tempo livre? nem fudendo!

Enfim, férias de verão eram continentes onde o tempo e espaço estavam a nosso dispor. Hoje temos que nos se satisfazer com algumas ilhas perdidas pelo mar da vida!

André disse...

Hahahaha

Que absurdo eu escrevi!

O fato é antes só existiam nossas férias para fazer o que gostavamos. Agora temos nossa vida inteira pra fazer isso!

:-)