21.7.06

Upon this tidal wave of young blood

Tinha guardado esse título pra uma postagem que eu estava elaborando sobre música e pós-modernidade. Profundo, não? Na real era sobre a acessibilidade da música com tantos instrumentos e mídias voltados para ela. Como a internet, os programas peer to peer, os podcasts e os mp3 players, além das novas revistas e blogs sobre o cotidiano do rock possibilitam à nossa geração e as que seguem conhecer bem mais sobre a música do que eu poderia ter descoberto quando tinha 14 anos. Porque tudo isso tem a ver com essa vontade incrível e infreável de descobrir que nós jovens temos. Por causa desse nosso sangue jovem.
Infelizmente, lendo o jornal essa tarde me deparei com uma manchete que dizia: "Israel convoca milhares de reservistas e declara estar em guerra.". Mais uma vez a força dessa onda descontrolada de juventude vai ser usada pra isso.
Essa postagem não é um discurso à la "faça música, não faça guerra". Israel e qualquer outro povo do mundo árabe nunca vão estar em paz, a gente já entendeu isso... Muita gente ainda vai morrer por causa do petróleo. E muito mais por causa dos radicais, seja qual for o motivo do radicalismo.
A questão é que toda aquela tecnologia e facilidade que eu falei ali em cima vai ser jogada no lixo. São os jovens que vão pra guerra, são eles que morrem nos bombardeios. Gente que ainda nem teve tempo de ouvir uma guitarra destorcida ou descobrir o que é uma bateria, quem dirá entender porque seu quarto explodiu.
De qualquer forma, essa é mais uma das muitas guerras que a gente já teve oportunidade de assistir. E eu já estou ficando cansada de não ter o que fazer sobre isso. E me assusta, porque não sei até quando saber que uma população inteira está sendo dizimada vai me tocar. E se um dia eu me tornar indiferente a tudo isso?
There is danger in the night
There are things we can't control but
Will we give ourselves a fright
When we become less than human?
There are people who say why oh why oh why?
Now there are other ways to die

Um comentário:

André disse...

Música. Guerra. Adolescentes.

Talvez os moleques que estão pegando nos rifles devam esconder uns ipods embaixo do uniforme e os fones embaixo dos capacetes.

Mais uma guerra, de fato. Mas fazer o quê? Sinceramente a guerra urbana em que vivemos me preocupa mais. E me afeta mais. Ontem, pela sexta vez, quebraram o vidro do meu carro. Seria algum jovem à procura de um som pra curtir um Rock? Ou um junkie à procura de uma viagem a mais?

De qualquer forma, concordo que é um desperdício humano. Principalmente quando trata-se de uma guerra "à toa", ou sem perspectivas de um final feliz.