30.6.06
14.6.06
Evil and a heathen
Brasileiro é um tipo estranho. Que gosta de reclamar. Que gosta de futebol. E que gosta de reclamar sobre futebol.
Ontem, na estréia da seleção na copa, provavelmente o jogo mais antecipado e assistido no mundo, nosso time não pareceu dos mais fortes. Fez um gol lá pelo final do primeiro tempo e pronto. Foi isso.
Claro que a maior discussão no dia de hoje é sobre o jogo. Cada jogador, o técnico, a nutricionista, enfim, qualquer integrante da equipe técnica, todos foram de uma forma ou de outra criticados por alguém em algum escritório ou fábrica do país na hora do cafezinho.
O que me incomoda é que nada disso muda o fato de que às 4 horas da tarde de ontem tudo parou. Não estou reclamando, falando que o povo é preguiçoso ou qualquer coisa do gênero. Acho importante essa participação. E mesmo tendo sido um jogo morno, toda a empolgação que envolvia o trânsito, as ruas e as ilhas de cerveja dos mercados vai voltar a acontecer no domingo, no segundo jogo do Brasil nesse campeonato.
Admiro tudo isso, todo o patriotismo que surge no âmago de cada um de nós em época de futebol. Acho o máximo ir trabalhar e ver metade dos meus colegas transvestidos de verde-amarelo. Crianças que mal sabem falar brincando com a bandeira. Fogos de artifício no final do jogo. E principalmente o fato de que não importa o resultado, no próximo jogo toda essa excitação vai estar lá de novo, no coração de cada um de nós.
A minha preocupação é o fato de que, como disse no começo, brasileiro adora reclamar. E de política, ainda mais de que futebol. Há mais ou menos um ano e meio uma crise política se estende nas três esferas do poder. E o que eu vejo a minha volta é uma porção de reclamões que não querem aceitar a derrota anterior, e aproveitar o próximo jogo do torneio pra demonstrar o quanto se importa com este país. Desiludidos ou enganados, a grande maioria trata as eleições como uma obrigação trouxa, uma vez que nem um político presta mesmo.
Um desafio então. De hoje até o fim da copa, a primeira matéria que você deve ler vai ser sobre a eleição. E a última também. E no meio, tanto faz.
E no dia de votar, vamos tentar lembrar da emoção que sentimos por sermos brasileiros.
6.6.06
The number of the beast
No dia 9/9/99 meus pais casaram pela segunda vez. Acharam a data bacana, era o vigésimo-primeiro aniversário de casamento deles e tal. Lá estávamos eu e meu irmão de testemunhas. Tudo muito bonito. O ser humano tem essa coisa com datas e números que é difícil de explicar. Vide toda a euforia que o buggy do milênio e toda a histeria nova era, Paulo Coelho e auto-ajuda causaram no fim do século passado.
Em um universo paralelo, as notícias do jornal de amanhã deveriam ser lidas assim: "Hospital em Togo confirma o nascimento do Anticristo"; "Milhares de pessoas se emocionam ao ouvir as trombetas do apocalipse"; "Boca do Inferno se abre no meio de Nova York e demônios invadem a ONU"; "Após discussões efêmeras sobre futebol, Kischner declara guerra ao Brasil; Acredita-se tal ato possa tomar proporções mundiais"; "Organização Mundial da Saúde adverte: doces causam câncer de estômago".
Nesse universo aqui, matérias mornas aparecem nos jornais nessa manhã tranquila. Menos mal... Anticristo, trombetas e demônios dá pra levar na boa, mas já pensou em ter que parar de comer doce?!
E na Holanda o maior número de registros para casamento foram marcados para o dia de hoje. Belo jeito de começar uma família...
E no fim, historiadores começam a acreditar na possibilidade da tradução do original ter sido equivocada...
E eu hoje só vou ouvir heavy metal....
2.6.06
Island in the sun
Vou confessar algo que todo mundo já sabe. Na minha adolescência eu era o ser mais nerd do planeta. Participava de todas as atividades culturais do colégio, das feiras de ciências, das semanas de física, química, matemática, debates e tudo que tivesse um fundo acadêmico que aparecesse na minha frente. Com 15 anos já tinha lido todos os livros da lista do vestibular e mais alguns clássicos de língua inglesa. E usava um daqueles óculos que ocupam seu rosto inteiro.
A minha única distração era o Arquivo X. E era fanática. Assistia aos episódios gravando e interrompendo os intervalos comerciais, pra ver mais vezes depois.
Mas o tempo passa, a gente muda (e como muda...) e os interesse mudam também. Entrei na faculdade, esqueci de ser tão fechada no mundo cultural e passei cada vez mais a assistir televisão. Mas nunca consegui achar um programa como o dos ets aí de cima.
Finalmente, depois de um longo período com séries interessantes, mas nem tanto, finalmente achei Lost.
Já pensou em ficar preso numa ilha paradisíaca, cheia de homens (ou mulheres) lindos?
A questão é que nem tudo na vida é completamente perfeito. As pessoas que moram nessa ilha chegaram lá por um acidente aéreo. Na floresta, existem monstros que matam ou somem com os passageiros do vôo 815 da Oceanic Air. E ainda, a necessidade constante de digitar os números 4, 8, 15, 16, 23, 42 em um computador pré-histórico, se não.....
A quantidade de teorias criadas em torno dos mistérios dessa séria deixa as criadas em torno da abdução da irmã do Mulder no chinelo. E ainda, suas fundamentações são de longe muito mais curiosas. Estariam eles presos no purgatório, esperando o paraíso ou o inferno? Teriam sofrido o acidente propositalmente como parte de um estudo sociólogico? As discussões nos fóruns são incríveis e extremamente, digamos, criativas...
Enfim, uma série de suspense instigante, que prende até mesmo o menos interessado em televisão (como meu pai). Todas as segundas, às 21 no AXN.
E por favor, não me liguem ou façam visitas nesse horário.
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