26.2.07

I'm shipping up to Boston


Uma coisa que eu não faço há algum tempo é falar/escrever sobre cinema. Quando eu era mais nova, vivia de cinema. Acordava, comia, respirava cinema. Mas daí todo mundo cresceu, algumas paredes me foram postas e a minha opinião nunca mais pareceu relevante e eu preferi simplesmente parar de falar e ler sobre o assunto.
Mas hoje eu vou quebrar essa minha regra.
Fiquei tão feliz com o Oscar de ontem. Não como um todo, porque acho que assisti a uns 2 filmes de todos que estavam concorrendo (e a culpa não é minha, mas desses horários rídiculos que são progamadas as sessões em Curitiba, sem contar o fato de filmes ficarem em cartaz por algo em torno de 2 semanas). Mas enfim, fiquei feliz pelo Scorsese e por seu filme como não ficava há tempo.
Não me considero a maior fã dele no mundo. Não sei até hoje se gostei de seus dois últimos filmes. Mas The Departed me fez ter aquela sensação de viagem no filme. Sabe, aquela que a gente tem quando lê um livro legal, ou vê um filme que conecte com seu imaginário de forma que enquanto ele dura, você está vivendo a vida das personagens. Por duas horas as pessoas são suas conhecidas, a cidade é a sua casa e a história faz parte do seu cotidiano. Enfim, lembro de ter saído do cinema pensando "mas eu não queria que o fulano morresse" como se o fulano fosse um cara que eu visse todo dia. Essa sensação. Eis a mágica.
Não sei dizer categoricamente se o filme é bom ou ruim. E na verdade acho um saco esse tipo de discussão hoje em dia. Mas ele funcionou pra mim, e é isso que me importa. Pode ser que não funcione pro meu pai ou prum amigo meu. Não faz diferença, e talvez essa individualidade que eu senti seja importante pra eu gostar ou não de um filme (digo isso no sentido de que acredito que pouco me importa o que o José Wilker, o Papa ou o padeiro da esquina pensem a respeito, a experiência é só minha).
Enfim, assim que sair na locadora, tente assistir. Pode ser que você seja transportado como eu.

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