28.11.07

Hyper-Ballad

Comecei bem o dia ontem.
Há algumas semanas, decidi que assim que possível passaria a ir pro trabalho sem carro. Pra preservar meu bolso mesmo, já que a gasolina anda cara. E pra preservar meus nervos, já que o trânsito anda tenso.
Enfim, todo dia eu acordava pensando que deveria ter levantado a primeira vez que o despertador tocou, que não seria possível andar os 6 km em 55 minutos, que fazia muito calor, ou poderia chover a qualquer instante. Ontem, 8:10 da manhã, munida do meu tocador de música e um tênis macio no pé, parti de casa e vim trabalhar.
E foi incrível. Por uma hora me senti mais parte da cidade do que há muito não sentia. Ultimamente parecia que eu não morava em Curitiba, só estava aqui pra dormir. Caminhando você sente a cidade. Presta atenção nos prédios, nas lojas do caminho, nas árvores que entortam as calçadas.
Andar pro tabalho é também um exercício profundo para a medida indispensável de autismo que todo mundo precisa ter. Aparte de ter que prestar atenção na hora de atravessar a rua, e ter certeza de que nenhum trombadinha está por perto, esse tempo gasto andando serve também como um momento de pausa pra por seus pensamentos em ordem - hoje preciso terminar aqueles ofícios antes das 11, e então ir buscar aquele livro na biblioteca e ir almoçar; depois tenho que fazer aquelas informações e no fim da tarde passar comprar meu remédio. - e por aí vai.
Então, começando mais uma campanha nesse blog. Largue o carro em casa, compre um sapato confortável, e diminua um pouquinho a sua emissão de carbono. No mínimo, seu salário agradece.

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